Sendo a educação um processo de formação e desenvolvimento, atemporal, vivenciado em qualquer sociedade e o professor o mediador desse processo, é preciso que diante da contemporaneidade o mesmo construa uma ideia positiva de si, dos estudantes e da escola, planejando suas ações, prevendo consequências, estimulando e utilizando as tecnologias a ele disponíveis, estabelecendo com os estudantes, metas a curto, médio e longo prazo, resultado esse que só será obtido a partir da gestão de espaços e estratégias, inclusive no que diz respeito a Educação Ambiental e Sustentabilidade.
Entende-se por Sustentabilidade a promoção do desenvolvimento econômico, industrial e social sem agressão ao meio ambiente, impactando-o o mínimo possível, respeitando-o no presente e cuidando para sua preservação futura, prática essa hoje, conceituada e defendida por muitos profissionais e estudiosos do tema.
Dessa forma, para o Dr. Jean C. L. Dubois (1999), a educação ambiental, mais especificamente a categoria rural sustentável, deve ser tratada de acordo com os seguintes requisitos:
• Enfocar os processos de degradação de maior peso - conforme pesquisa realizada no estado do Rio de Janeiro, são três esses processos:
→ a destruição de florestas nativas para a implantação de atividades agropecuárias e o desmatamento feito de forma indiscriminada, são em grande escala responsáveis pela herança de grandes extensões de paisagens desoladas e terras degradadas que afetam inclusive a pecuária que é extensiva e as ocupam, dependendo de pastagens improdutivas ou de baixa produtividade;
→ o uso abusivo e indiscriminado de agrotóxicos;
→ o hábito, nas regiões serranas, do cultivo das ladeiras “morro abaixo”.
• Educar e convencer os atores chave dos processos de degradação - investir em esforços educativos, priorizando dois grupos-chave: os pecuaristas e de forma mais generalizada, os agricultores.
• Priorizar abordagens pragmáticas - educar o meio rural, para substituir sistemas e práticas insustentáveis de produção por alternativas sustentáveis, demonstrando soluções ecológicas e economicamente viáveis, inclusive através de orientações sobre a eficiência de defensivos biológicos para a proteção dos cultivos, contra pragas e doenças.
• Envolver a juventude rural e as mulheres - focar as mulheres, uma vez que elas têm maior sensibilidade intuitiva acerca da qualidade ambiental e da necessidade de proteção da cobertura florestal. De forma similar, deve-se focar também a juventude rural, pois os jovens são mais abertos a mudanças.
• Empregar metodologias educativas adaptadas às peculiaridades dos grupos-alvo - visitas de campo causam impactos fortes e educativos sobre qualquer grupo-alvo (homens, mulheres, crianças, adolescentes, grandes pecuaristas, pequenos agricultores), trazem resultados significativos e efeitos multiplicadores. Cursos de formação/ educação/ capacitação, são outras possibilidades valiosas.
• Evitar posturas radicais - usar o bom senso e não rejeitar de forma radical o cultivo de espécies exóticas, ou seja, espécies não nativas da região.
• Mobilizar apoios da sociedade civil - a formação de agentes ambientais nas comunidades rurais torna-se um meio eficiente, uma vez que a mesma possibilita e fornece as condições adequadas para que os participantes tornem-se educadores multiplicadores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DUBOIS, Jean C. L. – EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
acesso em 03/07/2010
MINIDICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUÊSA/ organizado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. – 2.ed.rev. e aum.- Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
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