quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO INCLUSIVA – DEFICIÊNCIA AUDITIVA: LIBRAS – sinais comunicacionais

 
A Educação Inclusiva possui merecida importância no cenário educacional, uma vez que fomenta questões que vão do direito subjetivo ao cenário sócio-cultural. Como apoio a essa modalidade de ensino e especificamente aos portadores de deficiência auditiva, encontra-se a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, que mais que uma ferramenta de apoio, é a base de comunicação dos surdos.

A educação especial é uma modalidade a ser oferecida em todos os níveis de ensino. 

A LDBEN 9394/96, cita : 

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 

Quando a Educação Especial é assim colocada refere-se ao atendimento educacional especializado, ou seja, instrumentos necessários à eliminação das barreiras que as pessoas com deficiência tem para relacionar-se como o ambiente externo. Esses instrumentos não podem substituir a educação que deve ser oferecida nas escolas. Ainda que se entenda que a substituição é possível, a escola ou sala então denominada de “especial” deve observar todos os requisitos constitucionais já citados e o encaminhamento para ela deve dar-se unicamente por opção da própria pessoa portadora de deficiência ou seu responsável, jamais por imposição da escola dita “regular”, sob pena de se incorrer em discriminação, conforme definido na Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência. 

Segundo Robert Barth, professor de Havard (1990, p. 514-515):

As diferenças representam grandes oportunidades de aprendizado. As diferenças oferecem um recurso grátis, abundante e renovável... o que é importante nas pessoas – e nas escolas – é o que é diferente, não o que é igual.

Deficiência Auditiva caracteriza-se pela ausência da capacidade parcial ou total de ouvir determinados sons, devido a fatores que afetam o aparelho auditivo, podendo ter como causas problemas hereditários ou adquiridos. 

LIBRAS ou LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS é uma modalidade espaço-visual, com uma estrutura linguística distinta da língua portuguesa, sendo completa como qualquer outra língua oral. É também a língua natural da pessoa surda, adquirida naturalmente a partir do contato com falantes dessa língua. A mesma não é universal, cada país apresenta a sua. Seus usuários podem discutir quaisquer assuntos e ainda utilizá-las com função estética para fazer poesias, contar estórias, criar peças de teatro e humor. 

De acordo com a Lei 10.436/02, a Legislação Brasileira reconhece juntamente com o Português a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, como língua oficial do país. 

Assim sendo, o papel do contexto escolar, frente aos deficientes auditivos, prima-se pelo aprimoramento da prática institucional, principalmente no que diz respeito aos docentes, que além de conhecimento e preparação, necessitam constatar a importância da escola no processo de aquisição do português escrito pelos surdos, fazendo-se necessário para isso aceitação, respeito, naturalidade e envolvimento positivo do professor com o aluno surdo, nunca demonstrando nenhum tipo de preconceito em relação à surdez, à língua nativa dos surdos e à capacidade intelectual dos mesmos, além de proporcionar ao aluno contato com bons textos escritos. 

Outros fatores que influem significativamente na qualidade dessas reações é o grau de competência técnica do professor, o uso de intérpretes (se necessário) e a utilização de recursos que facilitem a compreensão do aluno surdo.

Muito ainda tem que ser feito para se procurar compreender a lógica subjacente às produções escritas dos surdos, porém pode-se extrair alguns indícios quanto a que direção tomar na prática da alfabetização de surdos. São eles:

▪ aparentes erros ou desvios de escrita dos surdos não são aleatórios – esta análise permite desvendar que na sua gênese há uma lógica bastante rica e significativa; 
▪ a escrita dos surdos não é indicadora de “deficiência”, muito pelo contrário, ela revela uma competência lingüística que precisa ser conhecida; 
▪ metodologia de alfabetização que procure respeitar os modos de pensar do próprio surdo, utilizando recursos que respeitem a natureza biológica dos mesmos ou seja: recursos visuais altamente significativos; 
▪ compreender que as primeiras produções distanciam-se do português padrão, por se apoiarem, em muito, na língua utilizada na comunicação face-a-face.
▪ dar tempo ao surdo, para que ele explore sua “fala” na escrita; 
▪ levá-lo a compreender a autonomia da escrita 
▪ intensiva imersão do surdo no mundo da escrita, assim como um trabalho de reflexão metalingüística, em que fiquem explícitas as diferenças entre a sua língua e a língua alvo, entre “fala” e escrita. 

Diante do exposto e do ponto de vista de saúde mental não há problemas que diferenciam o surdo do ouvinte. Ele é apenas surdo e possui tantos direitos quanto qualquer outro, o que impõe à Escola o compromisso de produzir uma nova cultura, voltada a compreensão de capacidades expressivas que não tinham sido previstas e de realizar ações humanistas, acolhendo o outro, despida de preconceitos. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade/coordenadora –geral: Lucia Helena Lodi – Brasília: Secretaria especial dos Direitos Humanos: Ministério da Educação, SEIF, SEMTEC, SEED, 2003, p. 13 à 32 Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. – disponível em http://www.slideshare.net/asustecnologia/lei-federal-10436-02 - acesso em 10/02/2011

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96 – disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf - acesso em 10/02/2011

PUCMINAS, Núcleo de Apoio à Inclusão do Aluno com Necessidades Especiais da PUC – Minas. A inclusão do aluno com necessidades educacionais na PUC- Minas (Folheto) – p. 49 à 51

EDUCAÇÃO INCLUSIVA - DEFICIÊNCIA VISUAL – o processo de alfabetização

A Educação Inclusiva possui merecida importância, uma vez que fomenta questões que vão do direito subjetivo ao cenário sócio-cultural. O processo de alfabetização de crianças cegas necessita de atenção especial no campo educacional, através de estudos e metodologias - a teoria a serviço da prática.

A educação especial é uma modalidade a ser oferecida em todos os níveis de ensino.

A LDBEN 9394/96, cita : 

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 

Quando a Educação Especial é assim colocada refere-se ao atendimento educacional especializado, ou seja, instrumentos necessários à eliminação das barreiras que as pessoas com deficiência tem para relacionar-se como o ambiente externo. Esses instrumentos não podem substituir a educação que deve ser oferecida nas escolas . Ainda que se entenda que a substituição é possível, a escola ou sala então denominada de “especial” deve observar todos os requisitos constitucionais já citados e o encaminhamento para ela deve dar-se unicamente por opção da própria pessoa portadora de deficiência ou seu responsável, jamais por imposição da escola dita “regular”, sob pena de se incorrer em discriminação, conforme definido na Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência. 

Segundo Robert Barth, professor de Havard (1990, p. 514-515)

As diferenças representam grandes oportunidades de aprendizado. As diferenças oferecem um recurso grátis, abundante e renovável... o que é importante nas pessoas – e nas escolas – é o que é diferente, não o que é igual. 

O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. 

A falta de visão desperta curiosidade, interesse, inquietações e, não raro, provoca grande impacto no ambiente escolar, indiferente da etapa ou nível escolar em que o sujeito esteja inserido. 

Como ferramenta de grande eficiência e amparo aos cegos, o Braille é um sistema de leitura tátil que leva o nome de seu inventor Louis Braille e que permite uma forma de escrita eminentemente prática, satisfazendo o desejo de comunicação dos mesmos e que abre caminhos do conhecimento literário, científico e musical. 

Levando em conta todos esses fatores e para que o aprendizado seja completo e significativo para a criança cega, é importante levar ainda em consideração uma série de fatores, independentemente da idade em que a mesma comece a freqüentar a escola e do tipo de programa no qual esteja matriculada, além de que o aprendizado requer uma metodologia multifacetada.

Pra início de conversa, faz-se necessário, evidenciar que o professor alfabetizador deve ter uma formação diversificada e de base sólida, para que compreenda e se insira verdadeiramente nas engrenagens do trabalho. Desenvolver sensibilidade é de suma importância para a percepção do processo evolutivo do alfabetizando, e a escola por sua vez, deverá dispor de várias opções de materiais didáticos-pedagógicos para o apoio ao trabalho docente. 

De acordo com Martin & Bueno:

A criança deve contar com a aplicação de estratégias ou técnicas específicas para a estimulação visual, orientação e mobilidade, bem como para leitura, escrita e cálculos com materiais específicos e adaptados às suas limitações e, sobretudo, deverá contar com uma intervenção precoce iniciada o mais cedo possível, seja em casa ou na escola. 

Para que se obtenha sucesso, diante do processo de construção da alfabetização, é preciso que a criança cega passe por uma estimulação visual onde “aprenderá a ver” através de diferentes tarefas cognitivas e sensoriais, tais como: 

tomar consciência de seus diferentes sentidos; 
preparação para formas;
discriminação e reconhecimento de diferentes relevos; 
memória e organização “visual”.
estímulos musicais e sonoros. 

Estes e outros conceitos tais como os de cores e formas além de amparar o processo, favorecem para o desenvolvimento da formulação de “idéias” visuais necessárias ao processo de aprendizagem do alfabetizando. 

Do ponto de vista de saúde mental não há problemas que diferenciam a criança cega das demais. Ele é apenas cega, pode ser alfabetizada, crescer, ser atuante na sociedade, e possui tantos direitos quanto qualquer outro, o que impõe à Escola o compromisso de produzir uma nova cultura, voltada a compreensão de capacidades expressivas que não tinham sido previstas e de realizar ações humanistas, acolhendo o outro, despida de preconceitos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

Estratégias do ensino de alfabetização - disponível em: http://proavirtualg28.pbworks.com/w/page/18670719/ESTRAT%C3%89GIAS-DO-ENSINO-DE-ALFABETIZA%C3%87%C3%83O – acesso em 11/02/2011 

Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade/coordenadora –geral: Lucia Helena Lodi – Brasília: Secretaria especial dos Direitos Humanos: Ministério da Educação, SEIF, SEMTEC, SEED, 2003, p. 13 à 32 

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96 – disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf - acesso em 10/02/2011 

PUCMINAS, Núcleo de Apoio à Inclusão do Aluno com Necessidades Especiais da PUC – Minas. A inclusão do aluno com necessidades educacionais na PUC- Minas (Folheto) – p. 52 à 53

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO INFANTIL - INDICADORES DE QUALIDADE

O Ministério da Educação sintetizou os principais fundamentos para o monitoramento da qualidade da educação infantil no documento Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil.

Indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qualificar algo. Por exemplo, para saber se uma pessoa está doente, usamos vários indicadores: febre, dor, desânimo. Para saber se a economia do país vai bem, usamos como indicadores a inflação e a taxa de juros. A variação dos indicadores nos possibilita constatar mudanças ( a febre que baixou significa que a pessoa está melhorando). Aqui, Para a Educação Infantil, os indicadores apresentam a qualidade da instituição em relação a importantes elementos de sua realidade: as dimensões. 

Com um conjunto de indicadores podemos ter, de forma simples e acessível, um quadro que possibilita identificar o que vai bem e o que vai mal na instituição de educação infantil, de forma que todos tomem conhecimento e possam discutir e decidir as prioridades de ação para sua melhoria. Vale lembrar que esse esforço é de responsabilidade de toda a comunidade; familiares, professores, diretores, crianças, funcionários, conselheiros tutelares, de educação e dos direitos da criança, organizações não governamentais (ONGs), órgãos públicos e universidades, enfim, toda pessoa ou entidade que se relaciona com a instituição de educação infantil e deve se mobilizar pela melhoria de sua qualidade.

Reveladores de qualidade que determinam aspectos dos serviços de uma Instituição Infantil e permitem a análise do nível de qualidade da mesma, servindo como parâmetros para o planejamento e intervenção, podem ser apontados como: 

acessibilidade e utilização dos serviços: indica o nível de atendimento da demanda de creches na quantidade e localização exigidas pela sociedade, uma vez que o acesso a elas é um direito constitucional de toda criança. 
ambiente físico: considera vários aspetos: luminosidade e arejamento, estética, segurança, adequação e funcionalidade dos ambientes de serviço e aspectos da promoção da saúde infantil. 
atividades de aprendizagem: precisam reconhecer o valor e a importância de uma programação educativa, sendo fundamental que na elaboração da proposta pedagógica seja contemplado: atenção especial a criança, critérios adequados para a escolha de instrumentos da ação educativa, dos projetos a serem desenvolvidos, dos jogos e materiais lúdicos/didáticos e também das relações interpessoais. 
sistemas de relações: precisam atuar e demonstrar que a criança, desde bem pequena, é capaz de estabelecer relações com o ambiente em que vive ou com as pessoas, com os objetos e eventos. 
ponto de vista dos responsáveis: relação complexa, que envolve expectativas, atribuições, interpretações que nem sempre são explicitadas. 
comunidade: ambiente de inserção da creche que requer a articulação no bairro com as demais instituições/oportunidades/serviços públicos ou privados, de caráter social ou comercial.
avaliação da diversidade: precisam ser conhecidas para serem compreendidas e devidamente trabalhadas. 
avaliação das crianças: a avaliação é o ato de conhecimento e de reconhecimento de valores e tem como base a subjetividade, devendo ser formativa e sem o objetivo de promoção. 
relação custo/benefício: precisa ser visto de forma mais ampla, qualitativa mesmo, e não utilizando tabelas econômico/financeiras, de receitas e despesas.
valores éticos: constituem junto à organização e a gestão da creche/pré-escola pontos de equilíbrio de todos os indicadores de qualidade, uma vez que quanto maior for a coerência entre programação, organização dos serviços e os valores definidos, mais fácil será alcançar bons níveis de qualidade. 

FONTES:

FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL - SEBASTIANI - Curitiba: IESDE Brasil S.A. , 2008 – p. 17-20 

Indicadores de Qualidade na Educação Infantil / Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009. p. 11-14

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – CIÊNCIAS NATURAIS - ENSINO FUNDAMENTAL

Desde os primórdios, o ser humano busca explicações para o mundo, seus fenômenos naturais e tenta encontrar meios de melhor adaptar-se à vida na Terra. O domínio do fogo, a invenção da roda, a manipulação genética, as descobertas espaciais, tudo é resultado das indagações do homem diante de sua realidade. Para encontrar respostas distantes da Ciência. Tempo atrás, por exemplo, a representação da Terra não passava de uma superfície plana, com o céu acima, simbolizando o paraíso, e o inferno abaixo, que seriam as trevas. Chuvas e trovões, passagens de cometas não raro eram associados a poderes divinos, como algum sinal ou castigo. As interpretações variavam de povo para povo, de acordo com crenças, hipóteses para a criação de mundo e estágios de desenvolvimento cultural. O pensamento científico, de fato, é recente se considerada a história da evolução humana, Mas, por meio dele, foi possível encontrar uma trilha em comum para diferentes pessoas, de idiomas distintos e países diversos, aplicarem seus conhecimentos na tentativa de compreender as coisas que nos cercam.

Mostrar a ciência como elaboração humana para entender o mundo é a meta para o professor. É necessário favorecer a postura reflexiva e investigativa e colaborar para a construção da autonomia de pensamento e de ação. O ensino de Ciências Naturais não pode ser voltado para um futuro distante. Conhecer Ciência é ampliar a possibilidade de participação social e desenvolvimento mental e, assim, capacitar o aluno a exercer desde já seu papel de cidadão do mundo. 

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais dividiram a disciplina em quatro grandes eixos de estudo para ensino no terceiro e quarto ciclos de estudos. Vale lembrar que, assim como nas demais matérias, a proposta dos PCN’s não é estanque e pode ser moldada a critério do professor e de acordo com a identificação dos alunos. Os eixos temáticos são: “Terra e Universo”, “Vida e Ambiente”, “Ser Humano e Saúde” e “Tecnologia e Sociedade”.

Os PCN’s de Ciências apresentam como sugestão uma possível sequência de etapas para o planejamento das atividades:

▪ apresente o tema à classe. Pode ser uma simples exposição oral ou acompanhada de algum recurso didático, como o trecho de um filme ou uma notícia de jornal. Apresente fatos, levante interpretações e dúvidas para organização do trabalho; 
▪ delimite os problemas que serão investigados e formule hipóteses para sua solução. Conhecimentos prévios dos alunos devem ser registrados coletivamente, para posterior comparação; 
▪ chegou a fase da investigação. Incentive a utilização de diferentes fontes de informações e outros recursos didáticos, como jogos e simulações. Durante essa etapa, os estudantes reestruturam suas explicações com a confrontação das hipóteses iniciais e as informações obtidas; 
▪ a avaliação, individual ou em grupo, pode ser em forma de seminário, relatório ou outro meio que mostre a sistematização final de conhecimentos; 
▪ por último, peça uma auto-avaliação dos alunos. A comparação entre conhecimentos prévios e os resultados finais é interessante para a turma reconhecer e valorizar o processo de aprendizagem. 

FONTE: 
NOVA ESCOLA, edição especial, Parâmetros Curriculares Nacionais – fáceis de entender, ed. Abril , p. 25 a 30

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – LÍNGUA ESTRANGEIRA - ENSINO FUNDAMENTAL

A hora de ensinar aos alunos um segundo idioma, diferente da língua materna, geralmente no terceiro ciclo, coincide com uma fase marcada por transformações físicas e emocionais do pré-adolescente. Na escola também há novidades. O momento representa uma ruptura da organização curricular e da interação entre professor e aluno, com novos horários e disciplinas. Tudo isso Gera reações diversas, que podem ir da insegurança à apreensão. A descoberta de outro idioma está inserida nesse contexto.

É fundamental que desde o início da aprendizagem da língua estrangeira o professor desenvolva a autoconfiança em seus alunos, para que eles acreditem a capacidade de aprender. A limitação de recursos disponíveis na escola para a prática de ensino e a reduzida carga horária da disciplina não devem ser motivo para abrir mão dos objetivos. Talvez o professor não consiga desenvolver, ao final do quarto ciclo, todas as habilidade em seus alunos, como leitura, compreensão e produção oral e escrita. Mas pode estabelecer três metas que sejam úteis para a turma: 

▪ aumento do conhecimento da língua materna, no caso o português, por emio de comparações com o idioma estrangeiro em diversos níveis; 
▪ ao construir significados em outro idioma o aluno se habilita para usar uma língua estrangeira; 
▪ conhecer valores de outras culturas desenvolve a percepção da própria, promovendo a aceitação das diferenças nos modos de expressão e de comportamento. 

O desafio enfrentado por grande parte dos professores de Língua Estrangeira poderia ser resumido nesta pergunta: “Como saber se o que estou ensinando será aproveitado no futuro?”. A resposta depende sobretudo da realidade vivida pelos alunos, suas expectativas e perspectivas. Mas pode ser resumida ao seguinte lema: o idioma precisa estar a serviço de seu usuário. Nada pior do que, nas poucas horas disponíveis para a disciplina, a turma achar que aprender língua é perda de tempo.
Por isso, é necessário focar a administração e a organização do ensino da segunda língua segundo os olhos da garotada. Pelas diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais, ao longo de quatro anos (anos finais) do Ensino Fundamental, espera-se que o aluno seja capaz de: 

→ saber identificar línguas estrangeiras e perceber que vive num mundo plurilíngüe, no qual alguns idiomas desempenham papel hegemônico em determinado momento histórico;
→ ter uma experiência de se expressar e de ver o mundo, ampliando a compreensão do próprio papel como cidadão de seu país e do mundo; 
→ reconhecer que a aquisição de uma ou mais línguas permite acessar bens culturais da humanidade; 
→ ler e valorizar a leitura como fonte de informação e prazer; 
→ utilizar outras habilidades comunicativas de modo a poder atuar em situações diersas. 

FONTE: 
NOVA ESCOLA, edição especial, Parâmetros Curriculares Nacionais – fáceis de entender, ed. Abril , p. 61 a 63

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O EDUCADOR COMO MODELO


Os educadores são, inevitavelmente, modelos muito fortes para as crianças, assim como os pais delas.  Nossa experiência mostra o quanto as crianças com quem trabalhamos nos espelham.

Sabemos que a construção da personalidade depende das interações sociais. O olhar, os gestos e as atitudes do educador permitem que a criança se confronte com a imagem que tem de si mesma, com a imagem que gostaria de transmitir aos outros. É o seu autoconceito e seu projeto de si que estão em jogo. Um olhar pode silenciar, pode estimular, pode assegurar ou amedrontar. Há muitos anos estuda-se a influência dos professores na aprendizagem dos alunos. Algumas pesquisas têm mostrado que a influência do professor é mais forte que a da origem social da criança. Alunos de mesma classe social que tiveram bons professores, especialmente nas séries iniciais, guardam esta boa influência em seu desempenho escolar durante muito tempo. 

FONTE: 
ONG: espaço de convivência – São Paulo: CENPEC, 3. ed. – 2002 – (Educação e participação do CENPEC) – p.37

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Educação a distância transforma a vida de milhares de pessoas no Brasil

Corrupção se combate com cadeia, fiscalizando e denunciando. E muito importante: com educação também. O Brasil registra um fenômeno que merece aplausos e comemoração: o sucesso do ensino a distância. Esse tipo de ensino está mudando a vida de milhões de brasileiros, principalmente de quem não tem horário para estudar ou que mora em lugares distantes. 

No ano passado, foram credenciados 208 cursos a distância no país. Até as faculdades de medicina têm adotado essa modalidade. Mas é preciso ter disciplina para acompanhar as aulas. 

O técnico em agropecuária Cássio Bueno acaba de passar no vestibular. Ele mora em São Paulo, mas vai fazer faculdade de gestão em agronegócios, em Maringá, no estado do Paraná. “Posso falar que em um raio de 350 quilômetros longe da capital, eu consigo em qualquer pastagem ou no meio de uma plantação em determinado horário destinar esse período para estudo”, conta Cássio. 

Todos os dias Ricardo Holtz, que é presidente da Associação Brasileira de Estudantes de Educação a Distância (Abed), estudava pela internet, em casa ou no trabalho. Uma vez por semana tinha uma aula presencial em São Paulo. 

“A gente tinha um telão na sala de aula ao vivo com o professor, inclusive com a possibilidade de interagir com esse professor em Curitiba. A gente enviava algumas perguntas por meio de um 0800, as perguntas eram pré-selecionadas e ele respondia ao vivo tirando as nossas duvidas“, lembra Ricardo. 

A secretária Sônia Luiza Martins faz o curso de gestão pública pela Faculdade de Tecnologia de Curitiba no escritório onde trabalha, depois do expediente ou em algum momento de folga. Ela sabe que estudar à distância não é para qualquer tipo de aluno. 

“Minha formação vai depender 100% de mim. Se eu não for disciplinada e organizada, eu não vou me sair bem nas provas e automaticamente não vou ser um bom profissional. Então, procuro ser bem disciplinada e organizada”, afirma Sônia. 

Pelo menos um milhão de alunos estão matriculados em cursos autorizados pelo Ministério da Educação, e mais de um 1,5 milhão estão em cursos livres. 

“Se eu sinto falta de um determinado conteúdo, eu vou à biblioteca estudar e aprofundar aquele assunto da aula. A gente acaba sendo autodidata. Essa questão de você perder ou ganhar conteúdo isso depende de cada aluno”, disse um estudante em Fortaleza. 

“Ninguém vai poder manter sua posição no mercado de trabalho sem fazer um curso de atualização pelo menos uma vez por ano. E sair do trabalho para ficar duas semanas assistindo a um curso ninguém pode fazer. A empresa não vai soltar a pessoa para isso. Então, educação à distancia é a solução para isso”, argumenta Fredric Litto, professor titular de Comunicação da USP e presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed).

E a qualidade? Cursar uma faculdade à distância não pode ser pior do que frequentar um curso presencial? Quem responde é o cirurgião e professor livre docente de cirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Luiz Azevedo. Ele mostra uma aula para os terceiranistas de medicina. A aula é obrigatória e deve ser feita pelo computador. O aluno, com o mouse, procura o lugar certo para penetrar com uma agulha no abdômen do paciente. 

“Tudo isso é registrado: o número de erros, quantas vezes ele acessou, o tempo de cada acesso. Tudo isso é registrado e faz com que a gente possa elaborar uma avaliação do interesse e da proficiência daquele aluno”, explica o professor. “Você pode ensinar aos alunos como fazer uma punção em casa. Ele aprende os princípios básicos, intelectuais e teóricos do procedimento. Na execução, ele se dará tão bem quanto aqueles que foram ensinados presencialmente a esse aprendizado teórico de um procedimento prático que ele fará”. 

Apesar de os cursos universitários a distância terem sido aprovados pelo MEC em 2002, só agora, em outubro de 2010, a Universidade de São Paulo (USP) abriu o seu primeiro programa de formação à distância: licenciatura em Ciências. “A ideia básica é contribuir para aumentar o número de professores bem formados pelas universidades estaduais”, diz a pró-reitora de graduação da USP, Telma Tenório. 

“Sem dúvida alguma, a educação à distância mudou minha vida, e tenho certeza que pode mudar a vida de muitos outros brasileiros como eu, que por um motivo ou por outro não conseguiram ingressar no Ensino Superior ou por falta de tempo ou por falta de recursos financeiros”, conta Ricardo Holz. 

“Para atender os milhões, de 6 milhões a 30 milhões de estudantes, educação a distância gratuita. Um país de 200 milhões de pessoas, é meio vergonhoso que só tenha seis milhões matriculados no Ensino Superior”, aponta Fredric Litto, presidente da Abed. 

O último levantamento do setor, feito em 2009, mostrou que no Brasil já existiam quase 2,8 mil cursos de ensino a distância, entre profissionalizantes, de graduação, pós-graduação e extensão. 

De acordo com o Ministério da Educação, a região com o maior número de escolas públicas que solicitaram o registro de cursos a distância foi o Nordeste. Foram 31 no ano passado. 

FONTE: g1.globo.com/bom-dia-brasil

A FAMÍLIA E A ESCOLA COMO NÚCLEOS DE SOCIALIZAÇÃO

A família, qualquer que seja sua estrutura nas diferentes sociedades ou mesmo no seio de uma mesma sociedade, é o primeiro núcleo de socialização. Mesmo que a criança que não tem a possibilidade de conviver em uma estrutura familiar tradicional – pai, mãe, irmãos e demais parentes – encontrará em seu ambiente os elementos essenciais (adultos mais próximos, amigos mais velhos, etc.) que permitirão que se torne uma pessoa por inteiro, suprindo, na medida do possível, suas necessidades físicas, intelectuais e afetivas. Por meio do núcleo familiar, aprendemos as regras de convivência social, o permitido e o proibido, o espaço de si e o do outro. É em nossas primeiras relações que nos diferenciamos do outro e construímos nossa singularidade como pessoas. Crianças pequenas mostram àqueles que estão a sua volta seus gostos e interesses, seu modo particular de ser, às vezes surpreendentemente diferente daquele dos demais membros da família com quem têm contato diário. É na rede de relações em que estão inseridas que crianças e jovens vão podendo se experimentar e vivenciar outras formas de agir, pensar e se expressar. 

Procurando semelhanças e diferenças com quem convivem e conhecem, as crianças constroem sua identidade de forma independente e autônoma. 

Na sociedade letrada, a escola representa um outro meio importante de socialização. Saída da estrutura familiar restrita, a criança pode começar a experimentar outros papéis, diferentes daqueles a que estava habituada: os professores exercem uma autoridade diversa da encontrada em casa e estabelecem com os alunos um outro tipo de cuidado e atenção; a classe, sendo um agrupamento de tipos de gente bastante heterogêneos, oferece à criança novas tonalidades de ser. Uma criança dominadora em casa, encontrará na escola outras como ela, com quem aprenderá a disputar seu espaço; uma criança tímida terá de encontrar apoio para se expressar frente aos colegas... O aprendizado de novos conhecimentos, por si mesmo, já oferece à criança uma possibilidade de aprender a se relacionar consigo, com o saber e com os outros. Portanto, além do saber que transmite, a escola é aprendizado de si e do outro.

FONTE: 
ONG: espaço de convivência – São Paulo: CENPEC, 3. ed. – 2002 – (Educação e participação do CENPEC) – p. 13 e 14

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PEDAGOGIA AMBIENTAL



A construção do Programa de Gestão Ambiental Escolar está baseada no desenvolvimento do que poderíamos chamar de pedagogia ambiental, que compreende um conjunto de etapas sucessivas e interdependentes que tem por objetivo o desenvolvimento e incorporação gradual de conhecimentos, atitudes e valores. 

Assim, a partir do conhecimento, é possível associar o sentimento, o pertencimento, o envolvimento na construção de uma gestão comprometida com os verdadeiros valores ambientais. Isto significa desenvolver atitudes como cuidar, participar, mobilizar e organizar a sociedade para a transformação da realidade ambiental e social. 

Para que a educação ambiental possa evoluir para uma proposta de gestão ambiental, é importante agregar diferentes áreas do conhecimento dentro de um a perspectiva de transversalidade, integrando todos os professores, alunos e comunidade.

FONTE:
Gestão e Agenda Ambiental Escolar: Bacia do Rio das Velhas / Marcus Vinícius Polignano... [et al]. - Belo Horizonte: [s.n.], 2004 (Belo Horizonte: SEGRAC)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

TEMAS TRANSVERSAIS – TRABALHO E CONSUMO




Trabalhar e consumir são direitos de todos. Mas a realidade se mostra bem diferente. Nem todos têm acesso a oportunidades de emprego ou podem usufruir os produtos e serviços oferecidos. No Brasil, em particular, essa situação é bem evidente. A oitava maior economia do mundo ostenta uma das piores distribuições de renda, criando um abismo entre os mais ricos e os mais pobres. Trata-se de um problema cuja solução depende tanto de políticas econômicas do governo quanto do comportamento dos cidadãos, que devem estar alertas para questões como desemprego e diminuição do poder de consumo. Cabe à escola o papel de discutir esses temas com os alunos, futuros integrantes do mercado de trabalho e de consumo. Lutar por direitos ligados à liberdade, à participação nas decisões políticas e à igualdade de condições dignas é um modo de consumir a cidadania. 

Os PCN’s propõem tópicos que se seguem para abordar as questões de Trabalho e do Consumo:

Relações de Trabalho - o conhecimento das relações de trabalho em várias épocas é importante para compreender sua dimensão histórica e comparar diferentes modalidades de trabalho, como o comunitário, a servidão, a escravidão, o trabalho livre, o assalariado, o trabalho no espaço urbano e rural. 

Trabalho, Consumo, Meio Ambiente e Saúde - esse bloco discute a exploração dos recursos naturais, a qualidade de vida e as condições de trabalho e de saúde dos grupos populacionais e a interação humana com o meio ambiente. 

Consumo, Meios de Comunicação de Massas, Publicidade e Vendas - o objetivo desse tópico é analisar a influência da publicidade na vida das pessoas. Ela é mais do que uma forma de divulgar um produto ou um serviço. A propaganda difunde estilos de vida, padrões de beleza e comportamento que traduzem valores e expectativas. Ter isso em mente auxilia na compreensão do desejo de consumo e da real necessidade de adquirir produtos ou serviços. 

Direitos Humanos, Cidadania, Trabalho e Consumo - aqui se procura enfatizar que os cidadãos têm direitos em relação ao trabalho e ao consumo e estimular a autoconfiança para exigi-los e promovê-los. 

OBJETIVOS GERAIS:

Principais objetivos a serem alcançados pelo aluno no tema Trabalho e Consumo: 

▪ saber de seus direitos e responsabilidades, identificando problemas e debatendo coletivamente possíveis soluções;
▪ notar a diversidade de relações de trabalho existentes e seu vínculo com a realidade local, regional, nacional e mundial; 
▪ verificar como os lugares e as paisagens são criados e transformados por intervenção do trabalho e do consumo humano; 
▪ identificar diferentes processos tecnológicos empregados nas atividades e analisar seu impacto no trabalho, no consumo e na relação com a qualidade de vida e com o meio ambiente; 
▪ reconhecer a existência de discriminações e injustiças em situações de trabalho e consumo; 
▪ perceber que os direitos civis, políticos e sociais são conquistados com conflitos e acordos, valorizando a atuação de partidos políticos, sindicatos e outras instituições democráticas; 
▪ reconhecer como é o processo se inserção no mercado de trabalho, identificando problemas e possíveis soluções. 

FONTE: 
NOVA ESCOLA, edição especial, Parâmetros Curriculares Nacionais – fáceis de entender, ed. Abril , p. 65 e 66

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

REGISTRO DE DIPLOMA IES – PRESENCIAL E EAD

LEI Nº 9.394 DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 

CAPÍTULO IV 

DA EDUCAÇÃO SUPERIOR 

Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular. 

§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.

§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação. 

§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior. 



Quem registra os diplomas de graduação para que tenham validade nacional? 

Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados e terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular. Os diplomas dos cursos de graduação e seqüenciais de formação específica expedidos por instituições não-universitárias serão registrados por universidades credenciadas, independentemente de autorização prévia deste Conselho, conforme a Resolução CNE/CES nº 12/2007. 

Os centros universitários poderão registrar diplomas dos cursos por eles oferecidos, conforme disposto no Decreto nº 5.786/2006 

FONTE: 
PORTAL MEC : http://portal.mec.gov.br/index.php?id=14384&option=com_content&view=article#registro_de_diplomas

■  O Ministério da Educação não carimba diplomas de cursos superiores desde 1996. Esta tarefa está a cargo das universidades e centros-universitários. Nos casos de faculdades e institutos de ensino o registro do diploma é realizado por universidades públicas credenciadas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ENSINO A DISTÂNCIA GANHA CREDIBILIDADE

Ao ter uma plataforma digital, os cursos de EaD possuem um potencial de comunicação multidirecional, ou seja, a interatividade entre professor e aluno e entre os próprios colegas é infinita. 

Quando Daniel Filippon resolveu voltar à faculdade 10 anos depois, em 2009, deparou-se com mensalidades altas e horários fixos demais para a sua vida atual. “A rotina me mata e voltar para a universidade me custaria a parcela de um apartamento por mês”, recorda. A solução foi fazer o curso escolhido, Gestão da Tecnologia da Informação, à distância, na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). “Agora pago metade do preço de um curso tradicional”, afirma o aluno, que monta os seus próprios horários de estudo. 

Esse é o principal objetivo da educação à distância: a flexibilidade. “Aquele que procura essa modalidade não tem disponibilidade de se deslocar para um determinado lugar e estar presente em 75% das aulas”, explica o especialista em Tecnologia Educacional Wendel Freire sobre um modelo de ensino que cresce 40% ao ano. “Escolha e adequação não são decididas por um educador ou por um sistema qualquer, mas pelo indivíduo e pelas suas demandas”, completa.

Freire alerta para a escolha do curso. O aluno interessado no ensino a distância deve descobrir o máximo possível sobre a estruturação do curso, desde o modelo de tutoria e da formação dos professores até o tempo de resposta às solicitações do aluno, além das ferramentas de comunicação e de seus usos. Além disso, sempre é válido buscar informações fora da instituição, como fez Filippon. “Levei em conta a indicação de alguns colegas e o fato de que a Unisul é referência nacional EaD”, afirma. 


Outra questão importante na hora da escolha é o formato. Ao ter uma plataforma digital, os cursos de EaD possuem um potencial de comunicação multidirecional, ou seja, a interatividade entre professor e aluno e entre os próprios colegas é infinita. Porém, muitos deles estruturam-se como um modelo unidirecional, em que o aluno apenas recebe conteúdo. “Isso os torna tecnicistas e devem ser evitados, pois não exploram o que há de mais positivo da presença das novas tecnologias: a liberação do polo de emissão”, lamenta Freire. 

Apesar das possibilidades interativas que a tecnologia trouxe para o universo dos estudos, a convivência entre os alunos ainda faz falta para quem estuda nesse novo formato de aulas. “É quase zero, eu gostava muito de conviver com os colegas na época em que estava na faculdade normal”, lembra Filippon. Porém, Freire acredita que há, sim, convívio entre os estudantes, já que essa estrutura de ensino inclui encontros presenciais, fóruns e chats. “Veremos em um futuro breve uma aproximação das plataformas de ensino à distância com os formatos comunicacionais das chamadas redes sociais”, diz. Para o educador, assim as relações entre os colegas ficará mais estreitas, o que vai possibilitar a diminuição do que, na sua opinião, é o maior problema da educação à distância, que é o alto índice de evasão. 

Outro problema já em parte superado no Brasil reside no preconceito com esse modelo pouco tradicional de ensinar. “A palavra ‘distância’ acaba carimbando nessa modalidade a ideia de que não há proximidade, o que não é verdade, pois muitas vezes acontecem mais interações nesses espaços do que no ensino presencial”, conta Freire. Para Filippon, há quem olhe com cara feia para os EaDs, porém o mercado de Tecnologia da Informação – acostumado com o mundo digital – dá menos valor para o formato da graduação e mais para o reconhecimento do profissional. “O canudo agora é só para definir contratação, não se analisa onde a pessoa estudou”, opina. 

FONTE: 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TEMAS TRANSVERSAIS – SAÚDE

O ciclo da esquistossomose nem sempre é a forma mais fácil de aproximar o estudante da real importância da educação para a Saúde. Nem encher o quadro-negro com explicações genéricas sobre as doenças sexualmente transmissíveis. Em vez disso, é melhor mostrar os conteúdos com base na realidade dos alunos. É preciso tentar introduzir o tema a partir de problemas do cotidiano do jovem, como as drogas, a gravidez, na adolescência, a AIDS. A violência social forma um capítulo a parte. Segundo dados do Ministério da Saúde, os principais agravos à saúde nessa faixa etária são as chamadas causas externas. Para o sexo masculino, aparecem, com destaque, acidentes de trabalho, homicídios, e suicídios. Para as meninas, chamam a atenção, casos de morte associados a gravidez, parto ou puerpério. Como se vê, é tarefa simples encontrar um ponto de partida para motivar a turma. 

Uma coisa é certa: quando se compromete com a educação para a saúde de seus alunos, a escola consegue alcançar dois objetivos. Primeiro, funciona como referência para a prática de estilos de vida saudáveis. Segundo, faz o assunto tomar parte nos diferentes componentes curriculares. Somente a participação em diversas áreas, cada qual enfocando conhecimentos específicos, pode garantir que os adolescentes construam uma visão ampla do que é saúde – e como ela é importante. Às vezes, o interesse pode ser despertado por manifestações afetivas, conflitos ou casos de doenças entre os colegas. Em outras ocasiões, o desenvolvimento do tema pode se dar por meio da organização de campanhas, seminários ou trabalhos artísticos, para mobilizar diversas classes e divulgar informações. Atividades como essas são oportunidades para unir diversas disciplinas, como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia e outras.

Para auxiliar a escola a traçar diretrizes de trabalho em sala de aula, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relacionou as seguintes condições que contribuem para a promoção das questões ligadas à saúde: 

▪ ter visão ampla de todos os aspectos da escola, garantindo um convívio saudável e que favoreça a aprendizagem não só na sala de aula, mas em outros ambientes escolares; 
▪ reconhecer que os conteúdos de saúde devem ser necessariamente incluídos nas diferentes áreas curriculares; 
▪ entender que o desenvolvimento da auto-estima e da autonomia pessoal é fundamental para a saúde; 
▪ valorizar a promoção da saúde na escola para todos os que nela estudam ou trabalham;
▪ conhecer todos os serviços de saúde voltados para o escolar;
▪ reforçar o desenvolvimento de estilos saudáveis de vida;
▪ conceder importância à estrutura física da escola, assim como ao efeito psicológico que ela tem sobre professores e alunos; 
▪ apoiar-se num modelo de saúde que inclua a interação dos aspectos físicos, psíquicos, socioculturais e ambientais; 
▪ estimular a participação ativa dos alunos. 

FONTE: 
NOVA ESCOLA, edição especial, Parâmetros Curriculares Nacionais – fáceis de entender, ed. Abril , p. 31 e 32