sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ATORES E ESPAÇOS ESCOLARES – o gestor e sua sala


Instituições de ensino, por seus espaços físicos, geralmente são construções onde prédios encontram-se elevados, pátios estendidos e salas aglomeradas, prontos a receber pessoas capacitadas para exercer suas funções profissionais e pessoas que necessitam desse local e destes serviços para se preparar e se formar, mas muito mais do que estruturas físicas, as escolas são locais que precisam comprometer-se com a construção coletiva e a prática de bons projetos pedagógicos e com seus regimentos internos, a fim de facilitar o cumprimento de sua missão junto a comunidade local e a sociedade em geral. 

Como mediador de todo este processo operacional e como profissional responsável pela gestão humana e de todos esses espaços, encontra-se o diretor. É dele toda a responsabilidade da eficácia da política educacional e seu desenvolvimento, organizando e dinamizando, através dos recursos disponíveis, ações em prol de toda a comunidade escolar. De seu desempenho e habilidade, dependem a virtude do ambiente, a atuação dos profissionais e a qualidade do processo ensino aprendizagem, o que indiscutivelmente demanda a escolha de um local estratégico, que seja neutro, tranquilo, agradável e reservado, quando necessário, para a instalação de sua sala. 

O gestor precisa ser uma pessoa, presente, dinâmica,  visível e pronta a atender aos que buscam por resoluções e suas orientações profissionais e sua sala não deve ser um ambiente regulador de disciplina, nem um ambiente propício a punições administrativas descabidas, mas sim um local respeitável, agradável, arejado, muito organizado, decorado com temas pertinentes e sempre aberto a todos que a ele se dirigem, quando necessário. 

Em contrapartida todos os visitantes e ou outros ocupantes deste espaço (caso tenha), precisam compreendê-lo como local de muita concentração, palco de muitas reuniões e setor responsável pela expedição de inúmeros documentos e da maioria das decisões necessárias para o bom andamento da instituição, o que requer dos mesmos, educação, postura, bom senso e respeito ao dirigir-se ou ocupar-se da sala da direção, bem como, agendar horários, fazer solicitações pertinentes e principalmente evitar agitações, comentários e telefonemas desnecessários, são atitudes fundamentais para o sucesso dos objetivos propostos, uma vez que se trata de um local bastante disputado e transitado, de grande complexidade e núcleo de novas e/ou relevantes decisões para o sucesso administrativo/pedagógico de qualquer espaço institucional educacional.

sábado, 4 de setembro de 2010

HISTÓRIA – Por que ensiná-la?

A memória da humanidade é conservada nos arquivos da história. As origens da sociedade, a evolução dos povos antigos, a ascendência e decadência das civilizações, os feitos de grandes nomes, os antecedentes de acontecimentos e situações atuais e a trajetória do homem ao longo do tempo são temas históricos que compõem o alicerce da cultura individual e coletiva. 

História é a ciência que estuda o homem e sua atuação no tempo e no espaço, analisando concomitante os processos e eventos ocorridos no passado. A História se baseia na análise crítica de testemunhos concretos e verídicos. Ao mesmo tempo que é uma criação literária, busca refletir a verdade dos fatos ocorridos e demonstráveis. Em sua fundamentação, a história sempre se considerou portadora de valores éticos, políticos ou religiosos, que são a base da ideologia social. 

O objetivo mais relevante no ensino da disciplina, é a noção de identidade, vinculada à reflexão sobre cidadania, devendo os estudos históricos abranger a três aspectos: identidade social, a partir da relação entre a cultura e a localidade, noções de diferença e semelhança e noções de continuidade e permanência. 

O conhecimento produzido no espaço escolar lança mão daquilo que os historiadores se debruçam por longos anos estudando e traduzindo dos acontecimentos humanos no tempo, uma vez que os atores envolvidos no processo ensino aprendizagem apropriam-se de uma parcela desse conhecimento acadêmico, agregando a eles outros conhecimentos de sua localidade e  cotidiano, resultando num conjunto de experiências muito peculiar, o "saber histórico escolar" que em  sua relação com o saber histórico, compreende, de modo amplo, a delimitação de  três conceitos fundamentais: fato,  sujeito e tempo históricos. 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
Empresa Folha da Manhã S.A., 1996
Encarte das edições de domingo da Folha de S. Paulo de março a dezembro de 1996.

Grande Enciclopédia Barsa – 3ª ed. – São Paulo: Barsa Planeta Internacional Ltda., 2004

SOUZA, Daniela dos Santos et. al. Fundamentos Teóricos e Prática Educativa das Ciências Humanas –  – Curitiba: IESDE Brasil S.A.., 2008 – p. 25-28

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PEDAGOGIA DIRETIVA E SEU PRESSUPOSTO EPISTEMOLÓGICO - ação docente arbitrária e ação discente inerte: atuações que não se complementam.

Modelo onde as atitudes do professor em sala de aula refletem o seu modo de pensar, ele fala e o aluno ouve, pois o mesmo acredita que o conhecimento pode ser prontamente transmitido aos estudantes. A marca fundamental dessa concepção, é o empirismo: os sentidos são a fonte de todo o conhecimento. 

Convicções do professor diretivo: 

_ o indivíduo ao nascer é uma tabula rasa ou uma folha de papel em branco;
_ o conhecimento   do indivíduo vem do meio físico ou social; 
_ o sujeito é totalmente determinado pelo mundo do objeto; 
_ o professor em sala de aula representa o mundo; 
_ somente o professor pode produzir um novo conhecimento ao aluno; 
_ o professor acredita no mito da transferência do conhecimento. 

Dessa forma, para o professor defensor do empirismo, o aluno para aprender deve permanecer em silêncio, prestar atenção em suas palavras e repetir o conteúdo das mesmas até decorá-las, transformando a sala de aula em um ambiente onde nada de novo acontece: velhos questionamentos, são retorquidos com obsoletas respostas. Para esse docente a certeza do futuro está na reprodução simples e pura do passado, que ministra suas aulas com o maior rigor possível. 

Becker (2001) - Tradução de modelo epistemológico em modelo empirista: 

 O professor, representante do meio social é quem determina a ação do aluno.

Nesta estrutura o ensino e a aprendizagem são polos dicotômicos e não se complementam, carregando em sua base a crença de que o conhecimento vem do exterior, do mundo dos estímulos e é a apreensão da realidade e não a sua construção. 
A pedagogia empirista é que encontra o maior número de adeptos, uma vez que é nela que os docentes mais se baseiam, raramente se afastando. 
Como característica mais nefasta desta pedagogia, temos o autoritarismo, que encontra no empirismo a sua fundamentação e a sua legitimação teórica e prática. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BARRA, Vilma Maria Marcassa. Fundamentos Teóricos e Prática Educativa das Ciências Naturais. IESDE Brasil S.A., 2009. p. 37-41

BECKER, Fernando - Educação e Construção do Conhecimento. Disponível em http://tudosobre.com/concursos/3/BECKER,%20Fernando%20-%20Educa%C3%A7ao%20e%20Construcao%20do%20Conhecimento.pdf (acesso em 21/08/2010) 

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda – MINIAURÉLIO Sec XXI Escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4.ed.rev.ampliada – Rio de Janeiro: NOVA FRONTEIRA, 2001.

PEDAGOGIA NÃO-DIRETIVA E SEU PRESSUPOSTO EPISTEMOLÓGICO - ação discente libertária e ação docente inconsciente: atuações que não se complementam

A teoria da ciência que fundamenta essa postura pedagógica é chamada de apriorismo ou inatismo. A mesma baseia-se naquilo que é posto antes como condição do que vem depois, ou seja a bagagem hereditária do aluno é que determina o seu aprendizado. Segundo Reale e Antireri, (1991) um dos estudiosos mais conhecido e defensor do inatismo é Noham Chomsky, que evidencia que, no sujeito, a competência implica atividade criadora, de forma que, nenhuma teoria, empirista e comportamentalista, explica a “competência” lingüística de uma criança, por exemplo. 
O professor não – diretivo acredita que o raciocínio já nasce com a criança, e em sua prática crê que precisa apenas despertá-lo, imputando ao estudante inclusive a determinação de suas ações docentes, entendendo que o aluno é auto-suficiente, não permitindo desta forma uma relação mútua fecunda, o que resulta em um ambiente desfavorável para o processo de ensino aprendizagem, em que o professor é despojado de sua função e o aluno elevado a um status que não possui. 

Becker (2001) - Tradução de modelo epistemológico em modelo apriorista:

 O aluno, pelas suas condições prévias, determina a ação (inanição) do professor.

Diante do exposto, o processo de ensino aprendizagem, que encontra-se fundamentado em teorias e práticas essenciais para a formação integral do educando e que necessita da orientação e intervenção do professor, torna-se completamente debilitado em se tratando do docente não-diretivo que inconscientemente, acredita que os alunos aprendem por si só e a partir de sua genética, não interferindo em seus processos de aprendizagem, o que leva os mesmos, a partir de suas condições prévias a determinar a ação do professor que atua como parte inerte nesse processo. 
Como exemplo prático, dessa teoria, pode–se citar a escola Summerhill, fundada na Inglaterra, na década de 20 sob inspiração de ideais libertários e teorias psicanalíticas, que tornou-se referência de ensino alternativo, nas décadas de 60 e 70, por oferecer aos alunos um sistema de autogestão e nenhuma repressão, onde as crianças e jovens estudantes, não são obrigados a assistir às aulas, nem a fazer o dever de casa, e só comparecem para fazer provas se lhe derem vontade, o que leva o governo Inglês a relatar: “A escola confunde liberdade educacional com o direito de não ser ensinado. Por causa disso, muitos alunos entendem o exercício da liberdade pessoal como permissão para levar uma vida indolente”. A escola, que tem cerca de 100 alunos, permanece funcionando. Mas vira e mexe o governo inglês ameaça fechá-la. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

BARRA, Vilma Maria Marcassa. Fundamentos Teóricos e Prática Educativa das Ciências Naturais. IESDE Brasil S.A., 2009. p. 37-41

BECKER, Fernando - Educação e Construção do Conhecimento. Disponível em http://tudosobre.com/concursos/3/BECKER,%20Fernando%20-%20Educa%C3%A7ao%20e%20Construcao%20do%20Conhecimento.pdf (acesso em 21/08/2010) 

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda – MINIAURÉLIO Sec XXI Escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4.ed.rev.ampliada – Rio de Janeiro: NOVA FRONTEIRA, 2001. 

REVISTA VEJA. S. Paulo: Editora Abril. Edição 2174. ano 43. nº 29. 21 de julho de 2010. p. 91

PEDAGOGIA RELACIONAL E SEU PRESUPOSTO EPISTEMOLÓGICO: ações docente e discente conscientes - atuações complementares

Modelo em que o professor acredita que o aluno só aprenderá algo a partir da construção de seu conhecimento, seja por ações ou por pensamentos e tem como princípio fundamental, a reflexão. 
O docente tem a consciência que, para a construção de um novo conhecimento o aluno deve agir sob os recursos de ensino que o estimularão, o instigarão para sua ação, entendendo assim, que os recursos utilizados por ele deverão ser significativos para o aluno. 
Nessa concepção existe um equilíbrio nas atuações, não sendo suficiente ao aluno exercer atividades impostas pelo professor. O interesse, bem como a ação, são fundamentais para que ocorra a aprendizagem. 
O professor adepto da pedagogia relacional não acredita que um conhecimento, um conteúdo possa ser transferido ao aluno, através de estruturas hereditárias. Segundo Piaget,
"a interação sujeito objeto não ocorre passivamente, mas por uma atividade do sujeito que determina sua organização interior e a acomodação ao meio".
Crenças do professor defensor da pedagogia relacional: 

• o aluno só aprenderá e só construirá um novo conhecimento se agir sobre o material apresentado pelo professor; 
• os materiais apresentados pelo professor devem suscitar um problema que estimule o aluno a refletir e a investigar; 
• O conhecimento é resultante da interação do aluno com os demais elementos do meio ambiente; 
• o aluno e o professor tem um papel importante na construção do saber. 

BECKER (2001) - Tradução do modelo epistemológico em modelo pedagógico: 

 Professor e aluno, interagem na construção do conhecimento. 


O professor adepto da Pedagogia relacional não aceita concepções que defendam a idéia de que os sentidos são a fonte de todo o conhecimento, característica do empirismo, ou que, os humanos nasçam com o conhecimento já programado, característica do apriorismo, não acredita também que o aluno seja uma folha em branco, isto é, que o aluno frente a um novo conhecimento seja totalmente ignorante e que tenha que aprender tudo, começando da estaca zero, não importando o estágio de desenvolvimento mental em que se encontre. 
Em contrapartida, este professor acredita que o aluno só aprenderá alguma coisa, só construirá algum conhecimento novo se agir e problematizar a sua ação, e tem a convicção que cabe a ele apresentar aos alunos os recursos e materiais de ensino que os estimulem, suscitando problemas, que eles buscarão resolver a partir da ação e da reflexão, facilitada pelo questionamento docente e pelas atividades vivenciadas. 
No que se refere a disciplina, o professor defensor desse modelo, buscará superar a disciplina policialesca e a figura autoritária do professor que a representa, o que não significa ausência de regras, que devem ser estabelecidas com o objetivo de construir uma disciplina intelectual e possibilitar um ambiente fecundo de aprendizagem a partir do respeito para com todos os participantes no processo ensino-aprendizagem. 
A Pedagogia relacional tem como característica a construção do conhecimento, advindo daí o termo “CONSTRUTIVISMO.” 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BARRA, Vilma Maria Marcassa. Fundamentos Teóricos e Prática Educativa das Ciências Naturais. IESDE Brasil S.A., 2009. p. 37-41

BECKER, Fernando - Educação e Construção do Conhecimento. Disponível em: http://tudosobre.com/concursos/3/BECKER,%20Fernando%20-%20Educa%C3%A7ao%20e%20Construcao%20do%20Conhecimento.pdf (acesso em 21/08/2010) 

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda – MINIAURÉLIO Sec XXI Escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4.ed.rev.ampliada – Rio de Janeiro: NOVA FRONTEIRA, 2001

MATEMÁTICA – Por que ensiná-la?

O percurso da Matemática ao longo dos anos nos mostra grandes feitos e grandes descobertas. Em qualquer época, os povos estiveram, e estão preocupados com as necessidades primárias e urgentes ligadas à alimentação, ao vestuário, à habitação, ao transporte e ao desenvolvimento de instrumentos bélicos. Por trás dessas questões, encontram-se os problemas matemáticos e os pensadores que se depararam com eles. 

Matemática é a ciência abstrata do espaço, dos números e da quantidade, ou ciência que estuda as propriedades de entes abstratos, pelo emprego do raciocínio dedutivo. Era praticada pelos antigos egípcios, sumerianos, indianos e chineses de forma rudimentar, especialmente em mapas e para fins comerciais. 
A matemática pura foi desenvolvida pelos gregos e depois pelos árabes, que introduziram os antigos numerais hindus da Europa durante o século X. A Renascença deu-lhe grande impulso e, no século XVII, houve avanços em vários campos, com a invenção dos logaritmos, da geometria algébrica e do cálculo. 

A nova matemática surgiu no século XX, depois de investigações sobre os fundamentos lógicos da matéria. A teoria dos conjuntos foi introduzida e a chegada dos computadores impôs sua própria disciplina, libertando também os matemáticos do trabalho enfadonho dos longos cálculos. 

O mundo contemporâneo é sem dúvida, dominado pela ciência e pela tecnologia e isso se explica, em grande parte, pela matemática. A história da ciência revela que várias disciplinas aplicadas se valem cada vez mais dos procedimentos matemáticos e estes, em contrapartida, se inspiram em questões trazidas pela prática para progredir. 

Nas últimas décadas do século XX, estruturou-se uma definição acerca do conceito da matemática que tem ampla aceitação entre os especialistas: matemática é a ciência das regularidades , dos padrões, voltando-se para o estudo das propriedades, dos números e figuras geométricas e das relações que se estabelecem entre elas, dividindo-se a grosso modo em matemática pura, raciocínio abstrato baseado em axiomas e aplicada, que envolve o uso da matemática em outros campos do conhecimento, como a física, química, astronomia, engenharia economia etc. As principais divisões da matemática pura são a álgebra e a geometria. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARVALHO, Ana Márcia Tucci de – et.al. - FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO PENSAMENTO MATEMÁTICO – Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009 – p.153 - 155 

SUA PESQUISA.COM http://www.suapesquisa.com/matematica/ (acesso em 01/09/2010)