A construção da identidade moral do individuo, depende das experiências e vivências morais oferecidas e experimentadas por ele, no meio que o cerca, incluindo a atuação profissional e suas circunstâncias, que muito colaboram para a formação do sujeito cidadão e indiscutivelmente faz-se necessário para o desenvolvimento e performance no meio social.
Como moral, podemos definir um conjunto de valores que encontram-se arraigados às tradições culturais e religiosas, e como ética podemos entender a reflexão sobre a moral, ou disciplina crítico-normativa, que estuda as normas do comportamento humano mediante as quais o homem tende a realizar na prática, atos identificados com o bem. Em termos práticos a moral pode estar vinculada a religiosidade e às tradições, enquanto a ética encontra-se embasada no estado laico, sendo a mesma imutável.
Para a formação da moral e ética temos como determinantes, as práticas sociais, formas coerentes e complexas de atividades humanas cooperativas, estabelecidas socialmente. São elas:
A escola: espaço de convívio coletivo e socializador, onde aprende-se e vivencia-se condutas, regras e normas, partindo do estímulo e da orientação para a descoberta de conhecimentos.
A cultura: o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas, intelectuais, etc., transmitidos coletivamente, e típicos de uma sociedade.
Os meios de comunicação: refere-se ao instrumento ou à forma de conteúdo utilizados para a realização do processo comunicacional.
O trabalho: aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim, que transforma o mundo e o meio ao seu redor, possibilitando a busca de metas para o desenvolvimento em sociedade.
O Estado: mediador entre as forças do mercado e os seres que formam a sociedade, constituinte de práticas sociais que permite a relação entre as pessoas e as organizações para que assim possam se realizar como seres humanos, sociedade, cultura e trabalho.
Como conceito orientador da maioria das pesquisas sobre o desenvolvimento moral, temos a internalização de padrões morais, uma vez que inicialmente as normas são externas, mas aos poucos são adotadas pelos indivíduos graças aos seus primeiros socializadores: pais e professores. Depois, o controle por meio dos outros é substituído pelo autocontrole.
Diante do exposto, podemos entender moral como um processo em construção, que para o exercício das práticas sociais, depende de aspectos humanos, integrados e harmônicos, tais como: linguagem, racionalidade, criatividade lingüística, capacidade de fazer ciência, sociabilidade, virtude, altruísmo, eticidade, aprendizagem, para o usufruto de uma vida social de qualidade.
Em Piaget (1932), a moralidade é uma construção que se dá paralelamente ao desenvolvimento intelectual, social e biológico. A moral prescrita ao indivíduo pela sociedade não é homogênea porque a própria sociedade não é uma coisa única. A sociedade é o conjunto das relações sociais: relações de coação (imposição de um sistema de regras) e relações de cooperação (fazer nascer no próprio interior a consciência das normas). As relações de coação representam a maioria dos estados de fato de cada sociedade ( relações entre crianças e o ambiente adulto). As relações de cooperação constituem um equilíbrio limite.
A partir dessas discussões, é possível observar que tanto a afetividade quanto a racionalidade contribuem em parte para a necessária tomada de consciência do indivíduo na construção moral do ser humano, sendo possível afirmar que moralidade é relativo ao que se faz, enquanto as questões éticas têm relação com o que se deseja fazer.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda – MINIAURÉLIO Sec XXI Escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4.ed.rev.ampliada – Rio de Janeiro: NOVA FRONTEIRA, 2001
MATTOS, Airton Pozo de. / Ética e Formação do Educador - Curitiba: IESDE Brasil S.A.., 2009, p. 19-24
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