"O fato da consciência humana permanecer parcialmente infantil por toda a vida é o âmago da tragédia humana."
Os estudos e ensaios do psicanalista Erik Erikson não só influíram sobre a prática terapêutica e propiciaram maior entendimento de problemas psicossociais, como foram determinantes na expansão do campo de interesse da psicanálise.
Em 15 de julho de 1902, em Frankfurt-sobre-o-Meno, Alemanha, no seio de uma família judia, nasceu Erik Erikson. Filho de pai desconhecido recebeu o nome de seu padrasto e saiu cedo pelo mundo, em busca de sua identidade, tendo sofrido preconceitos pelo fato de ser judeu.
Começou sua vida como artista plástico e a viajar pela Europa.
Estudou na Sociedade Psicanalítica de Viena, na Áustria, sendo analisado por Anna Freud, filha de Sigmund Freud.
Em 1933, Erikson emigrou para os Estados Unidos e naturalizou-se americano,estudou principalmente Antropologia, atuou junto a tribos indígenas e se tornou um notável professor de Desenvolvimento Humano na Universidade de Harvard, postulando que é muito importante dispor de uma teoria do desenvolvimento humano que busque aproximar os fenômenos, descobrindo desde cedo e até onde eles se desenvolvem.
No início da carreira, o interesse de Erikson esteve voltado para o tratamento de crianças. Em 1936 transferiu-se para um centro de estudos de relações humanas e começou a estudar a influência de fatores culturais no desenvolvimento psicológico. Com base nessas pesquisas formulou a teoria segundo a qual as sociedades criam mecanismos institucionais que propiciam e enquadram o desenvolvimento da personalidade, embora as soluções específicas para problemas similares variem de cultura para cultura.
Nos anos 1940, cocebeu o modelo que expôs em Childhood and Society ( 1950 – Infância e sociedade ), de acordo com o qual o desenvolvimento psicológico do indivíduo, estendendo-se por toda a vida, comportaria oito estágios. A passagem a cada novo estágio dependeria da superação e internalização das crises pessoais. Erikson publicou livros sobre Martinho Lutero, Gandhi e Adolf Hitler, escreveu ensaios em que relaciona psicanálise a história, política, filisofia e teologia como Life History and the Historical Moment ( 1975 – A história da vida e o momento histórico ).
Ficou conhecido como criador de novos conceitos – como o ciclo da vida, a identidade e a crise da identidade – que têm facilitado a compreensão da psique humana e de sua relação com a sociedade e a cultura. Seu enfoque das múltiplas influências supera o reducionismo das teses clássicas da Psicanálise freudiana sem rechaçar seus pressupostos teóricos básicos.
Erik Erikson, morreu em 12 de maio de 1994, em Harwich, estado de Massachusetts.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Empresa Folha da Manhã S.A.,
1996
Encarte das edições de
domingo da Folha de S. Paulo de março a dezembro de 1996.
Grande Enciclopédia Barsa –
3ª ed. – São Paulo: Barsa Planeta Internacional Ltda., 2004