
As excentricidades e declarações provocadoras fizeram de Salvador Dalí uma das mais polêmicas figuras da arte contemporânea, mas não impediram que sua obra fosse reconhecida como uma das mais audaciosas e apuradas da pintura surrealista.
Salvador Dalí, nasceu em 11 de maio de 1904, no número vinte da carrer Monturiolin da vila de Figueres, Catalunha, Espanha. Desde cedo revelou talento para o desenho e em 1921 o pai, um tabelião, mandou-o para Madri, para estudar na escola de Belas-Artes de San Fernando, da qual seria expulso anos depois declarando que ninguém na Academia era suficientemente competente para o avaliar. Dalí chamava a atenção nas ruas com um excêntrico cabelo comprido, um grande laço ao pescoço, calças até o joelho, meias altas e casacos compridos.

Na capital espanhola conheceu o cineasta Luis Buñuel e tornou-se amigo intimo de Federico Garcia Lorca. Suas primeiras obras, como “Moça à janela”, enquadradas numa linha naturalista e minuciosa, já produziam uma ambígua sensação de irrealidade, que se acentuaria posteriormente.
Em 1928, persuadido pelo pintor catalão Joan Miró, transferiu-se para Paris e aderiu ao movimento surrealista e em agosto, conheceu a sua musa e futura esposa, Gala Éluard ( nome verdadeiro – Elena Ivanovna Diakonova, nascida em Kazan, Tartária, Rússia).


Durante a segunda guerra mundial, Dalí radicou-se nos Estados Unidos, perto de Hollywood, e colaborou em alguns filmes. No final da década de 1940, regressou a Espanha e deu início a uma fase inspirada em obras-primas de pintores do passado, como “A última ceia”, de Leonardo da Vinci, “As meninas”, de Velásquez, “Ângelus”, de Millet, “A batalha de Tetuan”, de Meissonier, e “A rendeira”, de Vermeer de Delft – seu pintor favorito.

Em 1974, foi inaugurado em Figueres o Museu Dalí. Oito anos depois, em Port Lligat, na madrugada de 10 de junho de 1982, morreu Gala, fato que incidiu negativamente sobre sua atividade artística.

Em 23 de janeiro de 1989, aos 84 anos, morreu Salvador Dalí, de insuficiência cardíaca na mesma Figueres natal, deixando uma farta e importante obra no cenário artístico mundial para apreciadores e estudiosos do gênero.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Empresa Folha da Manhã S.A.,
1996
Encarte das edições de
domingo da Folha de S. Paulo de março a dezembro de 1996.
Grande Enciclopédia Barsa –
3ª ed. – São Paulo: Barsa Planeta Internacional Ltda., 2004