quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A FAMÍLIA E A ESCOLA COMO NÚCLEOS DE SOCIALIZAÇÃO

A família, qualquer que seja sua estrutura nas diferentes sociedades ou mesmo no seio de uma mesma sociedade, é o primeiro núcleo de socialização. Mesmo que a criança que não tem a possibilidade de conviver em uma estrutura familiar tradicional – pai, mãe, irmãos e demais parentes – encontrará em seu ambiente os elementos essenciais (adultos mais próximos, amigos mais velhos, etc.) que permitirão que se torne uma pessoa por inteiro, suprindo, na medida do possível, suas necessidades físicas, intelectuais e afetivas. Por meio do núcleo familiar, aprendemos as regras de convivência social, o permitido e o proibido, o espaço de si e o do outro. É em nossas primeiras relações que nos diferenciamos do outro e construímos nossa singularidade como pessoas. Crianças pequenas mostram àqueles que estão a sua volta seus gostos e interesses, seu modo particular de ser, às vezes surpreendentemente diferente daquele dos demais membros da família com quem têm contato diário. É na rede de relações em que estão inseridas que crianças e jovens vão podendo se experimentar e vivenciar outras formas de agir, pensar e se expressar. 

Procurando semelhanças e diferenças com quem convivem e conhecem, as crianças constroem sua identidade de forma independente e autônoma. 

Na sociedade letrada, a escola representa um outro meio importante de socialização. Saída da estrutura familiar restrita, a criança pode começar a experimentar outros papéis, diferentes daqueles a que estava habituada: os professores exercem uma autoridade diversa da encontrada em casa e estabelecem com os alunos um outro tipo de cuidado e atenção; a classe, sendo um agrupamento de tipos de gente bastante heterogêneos, oferece à criança novas tonalidades de ser. Uma criança dominadora em casa, encontrará na escola outras como ela, com quem aprenderá a disputar seu espaço; uma criança tímida terá de encontrar apoio para se expressar frente aos colegas... O aprendizado de novos conhecimentos, por si mesmo, já oferece à criança uma possibilidade de aprender a se relacionar consigo, com o saber e com os outros. Portanto, além do saber que transmite, a escola é aprendizado de si e do outro.

FONTE: 
ONG: espaço de convivência – São Paulo: CENPEC, 3. ed. – 2002 – (Educação e participação do CENPEC) – p. 13 e 14

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