quarta-feira, 2 de março de 2011

CÂNDIDO TORQUATO PORTINARI – VIDA E OBRA - BREVE HISTÓRICO


"Estou com os que acham que não há arte neutra. Mesmo sem nenhuma intenção do pintor, o quadro indica sempre um sentido social."

Pintor brasileiro expressionista, nascido no dia 29 de dezembro de 1903 em Brodósqui, cidade do interior paulista, muito lembrada em sua pintura. Portinari frequentou a escola primaria de sua cidade natal, e começou a pintar aos nove anos de idade como auxiliar na pintura de forro da igreja de sua cidade. 

Aos dez anos , fez seu primeiro retrato - ” Carlos Gomes” e aos quinze anos foi estudar na Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro. Durante seus estudos na ENBA, Portinari começa a se destacar e chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. Tanto que aos 20 anos já participa de diversas exposições, ganhando elogios em artigos de vários jornais. Mesmo com toda essa badalação, começa a despertar no artista o interesse por um movimento artístico até então considerado marginal: o modernismo. 
Em 1922, estreou no salão com um retrato que não chegou a despertar maior atenção. Em 1923, conseguiu seu primeiro êxito e alguns prêmios, com o retrato a óleo do escultor Mazzuchelli. Depois de vários outros sucessos, conseguiu em 1928, o prêmio de uma viagem ao exterior, com o retrato do poeta Olegário Mariano, poeta pernambucano.

Recebeu então, uma quantia em dinheiro do governo brasileiro e foi para Paris. No início dos anos 1930, na França, Portinari conheceu Maria Victória, jovem uruguaia que morava em Paris. Casaram-se e viveram na Europa por mais um ano. 

De volta ao Brasil, trabalhou como nunca. Pintou diversas telas sobre sua infância e Brodósqui.

A partir de 1936, Portinari desenvolveu a pintura de murais, onde temas sociais encontravam-se sempre presentes. Em 1939 pintou murais para o pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York e em 1943, já famoso por sua pintura muralista, começou a pintar os painéis da Série Bíblica, expressando nos mesmos sua amargura diante da injustiça.

A convite do arquiteto Oscar Niemeyer, em 1944 iniciou as obras de decoração da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha em Belo Horizonte. Nesse mesmo ano trabalhou nas pinturas da Série Retirantes

A partir dessa série , o artista atinge o auge de sua emoção. Resgata imagens de sua infância: famílias pobres e desabrigadas que passavam por sua cidade.


No final da década de 1940, fez uma série de obras tratando de temas históricos

Portinari foi considerado pela crítica especializada, o maior pintor brasileiro de todos os tempos. 


Dentre suas obras destacam-se: “Via Crucis” no Museu de Artes de São Paulo, “Primeira Missa” na Catedral de Belo Horizonte, “Tiradentes” no Banco Boavista no Rio de Janeiro e “Guerra e Paz” no Colégio Cataguases , na sede da ONU.

Cândido Portinari faleceu em 1962, preparando-se para uma grande exposição de cerca de 200 obras a convite da Prefeitura de Milão, vítima de intoxicação pelas tintas a óleo que utilizava. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Hora da pesquisa: 3415 verbetes de pesquisa de A a Z em ordem alfabética – Curitiba, PR : Bolsa Nacional do Livro, 2002. 624p;20,5x27,5 – p. 143
Rosa, Nereide S. Santa – Cândido Portinari/ Nereide Schilaro Santa Rosa – São Paulo: Moderna, 1999. _ (Coleção mestres das artes no Brasil)

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