Números não bastam numa aula de Matemática. Para conseguir a atenção dos alunos, é preciso empregar palavras, muitas palavras. Esqueça a aula tradicional, aquela em que determinado ponto da matéria é apresentado no quadro, explicado e, em seguida praticado por meio de exercícios. Por ser mecânico, esse tipo de aprendizado não avalia se o estudante compreendeu ou não o conhecimento. Em vez disso, procure surpreender a classe. Mostre os conteúdos fazendo uso de muita conversa e abrindo espaço para os estudantes. Para isso, a relação com sua turma pode precisar de uma revisão. Veja as dicas para o professor:
→ seja um mediador. Promova o debate sobre os procedimentos adotados e as diferenças encontradas; oriente reformulações e valorize as soluções mais adequadas;
→ seja um facilitador. Forneça informações (textos e material) que o aluno não tenha condições de obter sozinho.
→ seja um incentivador. Estimule a cooperação entre os alunos.
→ seja um avaliador. Observe se os objetivos estão sendo atingidos ou se é necessário reorganizar a atividade pedagógica para que isso aconteça.
→ seja um organizador. Conheça quem são seus alunos (as condições socioculturais, as expectativas e o nível de conhecimento deles) e escolha problemas para trabalhar em classe que possibilitem atingir os objetivos de decorrer das atividades.
O aprendizado da Matemática no Ensino Fundamental deve levar o aluno a:
_ identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo a sua volta;
_ perceber que a disciplina estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas;
_ fazer observações de sua realidade em relação aos aspectos quantitativos e qualitativos, com o uso dos conteúdos matemáticos;
_ resolver situações-problema adotando estratégias, desenvolvendo formas de raciocínio e processos como intuição, indução, dedução, analogia, estimativa;
_ utilizar conceitos e procedimentos matemáticos, bem como recursos tecnológicos disponíveis, diante de uma situação-problema;
_ apresentar resultados e sustentar argumentos por meio da linguagem oral e escrita;
_ desenvolver a auto-estima e a perseverança na busca de soluções;
_ interagir com os colegas de modo cooperativo, aprendendo a trabalhar em conjunto na busca de soluções.
Conheça os principais conteúdos previstos pelos PCN’s para o terceiro e quarto ciclos de Matemática:
TERCEIRO CICLO:
▪ números e operações: é fundamental apresentar situações-problema com números naturais, racionais e inteiros que possibilitem o desenvolvimento do sentido numérico e os significados das operações. Os alunos devem deixar de lado a memorização mecânica de regras e aperfeiçoar o cálculo aritmético nas mais variadas formas (exato ou aproximado, mental ou escrito). Crie situações com exemplos a partir de dados reais, evitando propor problemas com a simples intenção de facilitar os cálculos
▪ espaço e forma: é a localização no espaço e a identificação das formas. Faça uso de guias, plantas e mapas para os alunos localizarem pontos, interpretarem deslocamentos no plano e desenvolverem a noção de coordenadas cartesianas. Exercite a observação, a representação e a construção de figuras geométricas. Trabalhe com o manuseio de instrumentos de medidas, como régua, esquadro, transferidor, estabelecendo as diversas relações com as propriedades geométricas;
▪ grandezas e medidas: faça os alunos perceberem o quanto é útil observar as medidas para descrever e comparar fenômenos. O trabalho deve centrar-se em situações práticas, presentes no cotidiano. Isso tem um significado maior para o estudante do que, por exemplo, ensinar conversões de diferentes unidades de medidas, que, às vezes, são pouco usuais;
▪ tratamento da informação: com ideias básicas de estatística, é possível analisar dados de tabelas e gráficos, interpretar suas informações e fazer comparações. Isso é um instrumento para construir atitudes críticas diante de situações apresentadas no dia-a-dia.
QUARTO CICLO:
▪ números e operações: é importante continuar valorizando a aritmética, além de transmitir os conteúdos que envolvem álgebra. Para que o aluno amplie a noção de número, procure formular situações em que os números racionais são insuficientes para resolver as questões. É uma forma de desenvolver o conceito de números irracionais.
▪ espaço e forma: o ponto de partida é a análise das figuras geométricas por meio da observação, do manuseio e da construção. Atividades de transformação de figuras são fundamentais para adquirir percepção espacial. As transformações podem ser de vários modos, como por rotação, translação, ampliação e redução.
▪ grandezas e medidas: estão diretamente relacionadas a outras áreas de estudo, como Ciências Naturais (densidade, velocidade, energia elétrica) e Geografia (coordenadas geográficas, densidade demográfica, escalas de mapas). Dessa forma, é conveniente integrar o ensino matemático ao de outras disciplinas que usem o mesmo conhecimento.
▪ tratamento da informação: esse tema pode ser mais bem desenvolvido no quarto ciclo, porque os alunos têm maior domínio de sua realidade e a das informações que os cercam. Os temas transversais (Saúde, Meio Ambiente, Trabalho e Consumo etc.) fornecem subsídios para o trabalho em Matemática, à medida que trazem conceitos estatísticos.
FONTE:
NOVA ESCOLA, edição especial, Parâmetros Curriculares Nacionais – fáceis de entender, ed. Abril , p. 49 a 60
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