quarta-feira, 17 de novembro de 2010

JOSÉ BENTO MONTEIRO LOBATO – VIDA E OBRA BREVE HISTÓRICO

"Escrever é gravar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena - e disso vem o valor da literatura. Por meio dela, fixam-se aspectos da alma dum povo, ou pelo menos instantes da vida desse povo."


José Bento Monteiro Lobato, foi um dos mais influentes escritores brasileiros de obras infantis do século XX, um importante editor de livros inéditos, autor de importantes traduções e também o primeiro a buscar uma linguagem mais descontraída e direta para chegar aos pequenos leitores. Dedicou-se a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia encontram-se lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil. 

Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882 em Taubaté, no Estado de São Paulo. Depois de se formar, em 1904, na Faculdade de Direito de São Paulo, residiu durante sete anos em Areias SP, onde trabalhou como promotor público. Abandonou o cargo e, por algum tempo, viveu na fazenda que herdara do avó. Foi nessa época que começou a publicar os primeiros contos em O Estado de São Paulo.

Em 1918, editou seu primeiro livro de contos, Urupês, com grande sucesso, e iniciou-se no campo editorial. A menina do Narizinho Arrebitado (1921), seguido por Reinações de Narizinho , saiu do prelo com 50 mil exemplares. É a primeira obra do ciclo do Sítio do Picapau Amarelo, que revolucionaria a literatura infanto-juvenil brasileira. 

Os personagens saíam da cabeça de Lobato, para as páginas dos livros e, até hoje, continuam na memória de muita gente, o que o levou a ganhar inclusive uma série na televisão: O Sitio do Picapau Amarelo, onde uma das personagens mais queridas é uma boneca de pano, de nome Emília, que fala sem parar, é curiosa e encantadoramente atrevida. Todos os outros personagens também chamavam muita atenção, como Pedrinho e Narizinho, crianças independentes, criativas e corajosas, Tia Nastácia, personagem de muita autonomia, sempre era lembrada por seus bolinhos e quitutes, Dona Benta, a vovó, sempre sábia e habilidosa, explicava tudo às crianças, Visconde de Sabugosa, um sabugo de milho, muito sabichão e a charmosa Cuca, vilã que aterrorizava a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra, que até hoje encantam muitas crianças.

Também foi o criador do personagem Jeca Tatu, resultado de seu comprometimento com as grandes causas de seu tempo, engajou-se em campanhas por saúde, defesa do meio-ambiente, reforma agrária e petróleo, entre outros temas que continuam atuais. Ele arrebatava o público com artigos instigantes, que hoje, vistos de longe, constituem um precioso retrato de época, um painel socioeconômico, político e cultural do período.

O humor também era importante. Monteiro Lobato tinha uma maneira envolvente de contar as histórias e transportava as crianças para outros mundos. Em meio a diversão suas obras também ensinavam aritmética, gramática, ciências, entre outras boas pitadas de conhecimento. 

Muitos livros de Lobato se esgotavam logo após o lançamento. Meses e até anos se passavam até que uma nova edição chegasse as livrarias e quando os leitores não conseguiam encontrar o livro desejado, corriam ao escritor, através de cartas na esperança de que ele pudesse ter algum exemplar. Também através de correspondências, muitas crianças de famílias sem recursos, solicitavam-lhe suas obras e sempre que possível, as recebiam. 

A vivência do escritor marcou a sua obra literária, tendo afirmado-o como autor regionalista, o que o levou a criticar a Semana de Arte Moderna de 1922 como "estrangeirismo". A vida de Monteiro Lobato foi também marcada por iniciativas editoriais e políticas. Foi preso em 1941, por atacar a política Vargas em relação ao petróleo e acabou falecendo em 1948, já confirmado e referendado como um dos maiores expoentes da cultura nacional, tendo deixado como herança, uma vasta e importante obra literária.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

RAFFAINI, Patrícia - Revista de Divulgação Científica Para Crianças – Ciência Hoje das Crianças. Ano 22, número 205. Setembro de 2009. p. 2 - 5 

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