A água é elemento-chave da vida. Associada ao solo e à energia solar, possibilita a existência e uma grande riqueza de fauna e flora, tanto dentro quanto no entorno dos cursos d’água.
O termo biodiversidade descreve a riqueza e variedade do mundo natural. O homem necessita da biodiversidade para sobreviver. As plantas, os animais e os microorganismos fornecem alimentos, remédios e matéria-prima para o setor produtivo. A biodiversidade, portanto, é também um bem econômico.
O Brasil é considerado o país da megadiversidade, pois aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo existem aqui.
Evidentemente que a possibilidade da mega biodiversidade está diretamente relacionada com a disponibilidade e a qualidade das águas.
Nos ambientes rurais e urbanos, a presença da vegetação, principalmente as matas ciliares em solo permeável, contribui para a drenagem da água e o reabastecimento contínuo de água nos rios e lagos. Essas condições promovem melhorias no clima, na qualidade do ar, água e solo, contribuindo para a existência de uma fauna mais diversificada nessas áreas. Além disso, oferecem uma possibilidade de lazer e recreação, sendo fator importante para o relaxamento natural quando as pessoas entram em contato com os elementos naturais dessas áreas.
Na zona rural, a monocultura das plantações, o desmatamento para formação de pastos, para o extrativismo do carvão e para venda de madeiras provocam grande devastação das áreas naturais, secando nascentes, facilitando erosões e enchentes.
O ambiente urbano não é nem um pouco auto-sustentável pelo fato de substituir o ambiente natural e ainda provocar grande consumo de recursos naturais para além dos seus limites geográficos.
Com relação ao ciclo da água, a retirada da vegetação não permite a devida infiltração das águas de chuva no solo. Além disso, a canalização dos córregos não respeita a existência e necessidade de matas ciliares, sendo causa freqüente das enchentes e de muitos assoreamentos.
A degradação e a poluição das águas dos rios compromete a qualidade e quantidade da biodiversidade, especialmente a aquática que, por viver necessariamente dentro do curso d’água, se ressente dos efeitos imediatos da degradação.
Falando com a autoridade dos antigos profetas, podemos afirmar que se não formos capazes de saber escutar a voz dos peixes, pela qual falam as futuras gerações, voz que, em última instância, sintetiza o nosso compromisso com a vida no planeta Terra e seu sistema de reprodução da vida, não seremos capazes de sustentar o nosso desenvolvimento a médio e longo prazo, nem de assegurar a possibilidade dos múltiplos usos dos espaços disponíveis para as diversas atividades atuais e futuras, nem em termos de águas abundantes e de qualidade, e até mesmo de conservar a nossa saúde física e mental. O ser humano não sobrevive à destruição da flora e da fauna, pois depende integralmente do meio ambiente para sobreviver, para se alimentar e respirar. Sem imaginário social definido com coerência – no caso dos rios vivos, não haverá mobilização séria, com direção, coesão e continuidade.
FONTE:
Gestão e Agenda Ambiental Escolar: Bacia do Rio das Velhas / Marcus Vinícius Polignano... [et al]. - Belo Horizonte: [s.n.], 2004 (Belo Horizonte: SEGRAC), p. 30 a 33
Olá.
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